J. K. Rowling

Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia.

Nascida Joanne Rowling, nossa querida Jo precisou omitir seu primeiro nome para o bem da saga Harry Potter. Na época em que livros infantis não davam dinheiro, meninos jamais leriam uma história contada por uma mulher.

Assim nasceu J. K. (uma homenagem à sua avó Kathleen), iniciais que poderiam significar qualquer coisa, inclusive um nome masculino.

Os fãs conhecem bem os dramas pessoais de Rowling, o pai que não acreditava em seu potencial, a morte precoce da mãe portadora de esclerose múltipla, o desastroso primeiro casamento e sua quase miséria por consequência dele.

Fiz minhas pesquisas antes de escrever este texto e a trajetória de Rowling é surpreendente, hoje é impossível imaginar que algum dia inúmeros agentes e editoras se recusaram a publicar o primeiro livro. Eles devem ter se arrependido amargamente depois do seu lançamento. Conhecida como a única escritora que fez sua fortuna sozinha, Jo destina parte dela à caridade, focada principalmente na pesquisa sobre esclerose múltipla, pais solteiros e projetos dedicados à infância.

Não dá pra ler ou assistir entrevistas e documentários sobre ela e não pensar “que mulher foda”, eu acho difícil qualquer escritor tomar o lugar dela no meu coração, ela falou com milhões de pessoas pelo mundo, e deu vida a um universo inteiro de magia, você não vai encontrar um fã que nunca tenha desejado receber a cartinha de Hogwarts.

Lições de amizade, lealdade, confiança, nos ensinou que existe sim o bem e o mal dentro de cada um, e que nós escolhemos o nosso lado todos os dias.

Eu sei que eu deveria falar mais sobre a escritora em si, mas Harry Potter é a obra-prima dela, tudo que ela inventou criou vida, e se tornou essa indústria monstruosa que existe hoje.

Tentando me abster da paixão, depois de finalmente terminada a saga, e os livros extras que fazem parte dela, Jo voltou a escrever.

Publicou Morte Súbita no ano passado, um sucesso, com certeza devido aos seus antigos fãs, um livro adulto, onde ela abusa de palavrões e cenas de violência, e incrivelmente bem escrito e amarrado.

E como a pouco descobrimos, publicou em segredo The Cuckoo’s Calling, sob o pseudônimo Robert Galbraith, Rowling mostra que realmente é uma boa escritora, pois o autor desconhecido só despertou a curiosidade dos fãs devido ao surpreendente sucesso do título.

Não me estenderei muito mais, se você tiver um tempinho, assista o documentário no final, ele é longo, mas mostra a autora como a pessoa real que ela é, com suas dores e defeitos.

O momento mais emocionante é quando ela desenha a árvore genealógica da nova família Potter/Weasley, contando que criou toda a história da próxima geração, e provavelmente nunca colocará no papel. Os personagens fazem realmente parte da vida dela. Existe um lugar onde ela convive com todos eles.

Jo é uma inspiração, por sua história de vida além de sua obra, ela sempre diz que nunca conseguiu escrever nada antes de Harry Potter, mas desde menina sabia que esse era o único caminho para felicidade, e não desistiu.