A árvore seca

O caos estava instalado, o mundo estava em guerra, em guerra contra ele mesmo.

Leia e Lucas, um casal recém casado, integravam um grupo de pessoas que foram obrigadas a abandonar suas vidas, casas e empregos pois começaram a ser perseguidas pelo exército. Não se sabe porque eram perseguidos, mas agora suas vidas se resumiam em fugir, se esconder e manter-se vivos.

De tempos em tempos o exercito fazia missões onde matava todos que encontravam. As pessoas que conseguiam fugir dos ataques foram se juntando aos poucos, formando grupos, e nesse contexto estava o grupo do nosso casal, que acabou adotando como estratégia, viver na floresta.

Não bastassem as ações do exercito, a mãe natureza demonstrava toda sua fúria para com o mundo frequentemente.

Eles já não se lembram a quanto tempo estão fugindo e nessa noite escura, sem lua, há muita chuva. Já chove há semanas e algumas áreas da floresta estão completamente alagadas. Eles estavam passando por uma área alagada a nado, quando iniciaram os disparos.

No meio do desespero da fuga, acontece a segunda pior coisa que poderia acontecer: Eles se separam.

(…)

Já fazia semanas que havia perdido ela, os últimos fios tênues de esperança se esvaem, ele que não tinha mais nada. Triste, sai de seu esconderijo, não vendo outra opção e entra numa clareira uma arvore, chama sua atenção, uma arvore seca, que representava como se sentia por dentro. Ele se senta debaixo da arvore e sem medo do perigo desabafa:

– EU A PERDIIIIIIIIIIIII.

De repente ele vê uma movimentação estranha, não que se importasse mais com isso, mas parecia uma pessoa correndo em sua direção. Conforme foi se aproximando um calor foi se espalhando dentro dele, era ELA, era ELAAA! Ele se vê correndo na direção dela e a uma fração de segundo de tê-la nos seus braços.

Ela:  – Agora vamos ficar juntos para …

E na palavra não dita, no abraço e beijo não dado eles se desintegram no sempre.